HISTÓRIA DO DESIGN

 

 

LEITURAS

Peter Behrens, Tipógrafos.com

Deutsche Werkbund, Tipógrafos.com

O espírito da Werkbund na identidade corporativa

A influencia  do movimento Werkbund nas empresas de tecnologia

Antecedentes da Bauhaus, por Magdalena Droste, Image and Art em espanhol

Arquitetura Racionalista, Itaú Cultural

Arquitetura Racionalista no Brasil, por  Álvaro Drummond

História do Design

Moda e Design na História da Indumentária

History of Graphic Design

History of Graphic Design (2)

Uma coleção de cartazes

História da publicidade (em inglês)

 

VÍDEOS  e MÚSICA

Frank Lloyd Wright, Casa da cascata

 

LIVROS RECOMENDADOS

DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo:  Edgar Blucher, 2000.

 

INICIO

INTRODUÇÃO

 

1.  CONTEXTO HISTÓRICO

 

2. DESIGN NO SÉCULO XIX

 

3. ARQUITETURA E DESIGN

 

4. BAUHAUS

 

5. O FUNCIONALISMO

 

6. O NOVO DESIGN

 

7. DESIGN PÓS-MODERNO

 

 

4. Bauhaus

  4.1 As Origens

 Em 1890 a Alemanha acelera a industrialização para competir com Inglaterra a a França. O clima político era fortemente nacionalista, de muito movimento cultural e procurava-se uma linguagem estilística que fosse adequada ao prestigio da Alemanha. Arquitetos como Richard Riemerschmid, que foi parte do movimento modernista na Alemanha, defendiam a idéia de que o design devia acompanhar a produção industrial pois acreditava-se que a única forma de fazer os produtos acessíveis à sociedade trabalhadora era a produção em massa. Esta era a diferença filosófica da Alemanha frente aos movimentos da Inglaterra e da França (Arts & Crafts e Art Nouveau).

Bruno Taut, pavilhão em vidro para a exposição do Werkbund, Colônia, 1914

  Esta preocupação levou á fundação da "Liga Alemã de Oficinas", a Deutsche Werkbund (DWB) em 1907 em Munich sob a liderança do arquiteto Hermman Muthesius, introdutor dos jardins ingleses do movimento Arts and Crafts na Alemanha, com o objetivo de assegurar a supremacia alemã como potencia comercial. Faziam parte desta liga arquitetos, artistas, artesãos, industrias e jornalistas que se propunham estreitar as relações entre as artes, a industria e o comércio de manufatura artesanal por meio da educação e o trabalho publicitário. Entre as propostas da DWB estava a a padronização das partes construtivas dos objetos, o design corporativo e a reforma social e cultural através do desenvolvimento da indústria moderna. Procuravam uma maior coordenação entre os atores de cadeia produtiva e o desenvolvimento da tecnologia aliada ás artes. No espírito positivista o pensamento da DWB se sustentava na idéia, (inspirada em Louis Sullivan) de que "a forma segue á função" onde a forma corresponde ao trabalho artístico e a função ao trabalho dos operários industriais. Neste caso a arte se encontrava subordinada ao interesse industrial.

  Peter Behrens foi um dos fundadores e mais destacados arquitetos da DWB, considerado o primeiro designer industrial porque foi o primeiro a criar uma identidade corporativa que compreendia o design da imagem empresarial. O mais conhecido é o trabalho que realizou para a fábrica de material elétrico AEG (Allgem eine Elektricitats Gesellschafft). Desde a arquitetura da fábrica, as ferramentas, máquinas, passando pela logomarca e pelos objetos como relógios ou chaleiras foram desenhados com a imagem corporativa da AEG.

Peter Behrens, Fábrica de Alta Tensão, AEG 1910 e Industrias Höschst

  Até a I Guerra Mundial a DWB se manteve muito ativa influenciando outras escolas na Alemanha com a idéia de reconciliar a arte com a máquina. Em Weimar, Henry van de Velde, destacado arquiteto e designer belga do movimento Art Nouveau fundou a Escola de Artes e Ofícios de Weimar para artesãos e existia a Academia de Arte de Weimar que valorizava a expressão e individualidade artística modernas. Antes de estalar a guerra van de Velde tinha sido demitido por causa das tendências xenófobas e o arquiteto Walter Gropius tinha sido recomendado, mas não assumiu porque foi, como outros artistas, para a guerra e a Escola foi fechada. Ao mesmo tempo Gropius defendia, no meio da guerra, aumentar o curso de arquitetura e design industrial na Escola de Artes de Weimar.

Antiga Academia de Arte de Weimar

  Quando  a guerra terminou foi aceita a proposta de Gropius e convidado para dirigi-la. Ele propôs então reviver a Escola de Artes e Ofícios unida à Escola de Artes de Weimar. Assim foi inaugurada em 1919 a primeira e mais importante escola de Design como o nome de Bauhaus (casa da construção ou arquitetura) Estadual de Weimar.

   Nenhuma escola do século XX ou de tempo anterior foi tão rica em conseqüências e tão visionária como a Bauhaus. Moldada num contexto que por uma parte valorizava a tecnologia da era industrial e por outro a expressividade humana foi uma escola transdisciplinar. Entre a tragédia da guerra e a crença utópica de una sociedade perfeita o espírito alemão encontrou na Bauhaus a resposta contra a demência da violência. Mas a sua vida foi curta, o suficiente para revolucionar o pensamento do século XX no campo da arte, da arquitetura, do design, da educação, da indústria e da economia. Em 1933 foi fechada pelo exército do Terceiro Reich, na Alemanha de Hitler.

  Mas antes de conhecê-la é importante conhecer também o pensamento estético moderno que subjaze nas suas origens e que determinou o funcionalismo do design no século XX.

   4.2. O Racionalismo

  O Racionalismo foi uma tendência arquitetônica moderna internacional que se originou no pensamento de Louis Sullivan e nas correntes abstratas da arte moderna como o Cubismo, o Construtivismo Russo e o grupo De Stijl estendendo-se em toda a primeira metade do século XX. Os arquitetos racionalistas priorizavam o planejamento urbano e seguiam os princípios gerais do Racionalismo: máximo de economia, resposta ás exigências próprias do contexto, uso de recursos tecnológicos industriais, pré-fabricados e padronizados, alta qualidade, condição de progresso social e democracia, e no campo formal ordem, claridade, simetria, lógica e simplicidade.

  O Racionalismo se apresentou com variações em diferentes lugares:

a) O Racionalismo Formal, liderado pelo arquiteto Le Corbusier na França para quem a arquitetura fornece a condição natural e racional à existência e a forma artística o é resultado lógico de um problema bem formulado. Este equilíbrio entre natureza e história humana se traduz no "modulor" como medida humana para a construção do espaço habitável. esta tendência procura a claridade da forma clássica e como o Cubismo funde o fundo e a figura numa unidade (para a arquitetura natureza e sociedade). "A casa é uma máquina para viver".

Le Corbusier o "Modulor"

Le Corbusier, projeto para cidade contemporânea de 3 milhões de habitantes

b) O Racionalismo Ideológico, liderado pelo arquiteto e artista El Lissitsky na Rússia ambientado no espírito racionalista revolucionário do Construtivismo onde a arte esta ao serviço da construção da sociedade e a arquitetura a imagem símbolo do socialismo que se constrói. Nesta rama do Racionalismo a teoria da forma é a teoria da comunicação social.

Número da revista Merz, desenhada por El Lissitzky

c) Racionalismo Formalista liderado pelo artista Piet Mondrian e o arquiteto Theo van Doesburg da corrente artística De Stijl, para os quais "o objeto da natureza é o homem e o objeto do homem é o estilo (stijl)". Para esta linha de Racionalismo a arte deve ser feita em total estado de "imunidade histórica" para eliminar as formas históricas impuras como um processo de purificação externa, acreditando assim na pureza do ato construtivo e coincidindo com o Dadaísmo no fato de recolocar a arte no ponto de partida de algo inteiramente novo.

Theo van Doesbrurg, "Contra-construção" projeto 1923

d) Racionalismo Empírico liderado pelo arquiteto Alvar Aalto nos Países Escandinavos substitui o conceito de racionalidade por razão argumenta que deve se conservar a raiz do desenvolvimento histórico. Esta linha de Racionalismo carece de princípios políticos, teóricos ou de fórmulas compositivas, mas procura a precisão no projeto, é racionalista na prática.

Alvar Aalto Biblioteca Viipuri 1927-1935

e) O Racionalismo Orgânico liderado por Frank Lloyd Wright nos Estados Unidos, que como havíamos visto antes, propõe uma relação orgânica entre a natureza e o ambiente de vida formando um sistema (influenciado pelo seu contato com a cultura oriental pós guerra). Desta maneira se considera o espaço como um campo de forças e não como uma relação de grandezas e a arquitetura como ação de um sujeito e não como determinante de objetos. A arte forma um sistema entre a realidade natural e cultural. 

Frank Lloyd Wright, Casa Kaufmann ou Casa da cascata 1937

   Continua 4.3. A Bauhaus

Fontes:

BURDEK, Bernhard E. Diseño: Historia, teoría y práctica del diseño industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1994..

ARGAN, Giulio Carlo. Historia da Arte Moderna, do Iluminismo aos Movimentos Contemporâneos Companhia das Letras, São Paulo, 1992.

 

Richard Riemerschmid,papel de parede e cadeira

 

Cartaz e logomarca da Deutsche Werkbund

 

 

 

 

Peter Behrens, design para imagem corporativa da AEG

 

Henry van de Velde cartaz publicitário

 

Racionalismo

 

Racionalismo Formal

 

Le Corbusier Vila Savoye 1928-31

 

 

Le Corbusier, projeto para cidade contemporânea de 3 milhões de habitantes

 

Racionalismo Ideológico

 

El Lissitzky Fotomontagens

 

Design de El Lissitzky para o “Para a voz” de Vladimir  Mayakovsky

 

 

 

Racionalismo Formalista

 

Piet Mondrian Composição em azul, vermelho, amarelo, preto e cinza, 1920

 

J.J. Pieter Oud, "Abstrato" 1923

 

Theo van Doesburg, interior de cinema l’Aubette, Strasburgo 1925

 

 Rietvel Casa Schröder

 

Gerrit Rietveld 1917

 

 

Theo van Doesburg

 

Racionalismo Empírico

 

Alvar Aalto Biblioteca Viipuri 1927-1935

 

Racionalismo Orgânico

 

Frank Lloyd Wright, interior da casa Kauffmann

 

 

 

e.ea@estagiodeartista.pro.br