4. Bauhaus

Walter Gropius, Bauhaus de Dessau
4.3. A Bauhaus
A Bauhaus é a
síntese dos movimentos Arts & Crafts, Art Nouveau, da liga Deutsche
Werkbund, da Escola de Artes e Ofícios de Weimar e da Escola de Arte de
Weimar na Alemanha
e ainda do
pensamento racionalista com que os artistas e intelectuais europeus reagem
frente à irracionalidade da 1ª. Guerra Mundial.
Fundada
por Walter Gropius em
1919 a Bauhaus foi concebida como uma escola democrática com o objetivo de
formar profissionais no campo da arquitetura e do design que respondessem á
situação da Alemanha com soluções modernas e progressistas em base ao
racionalismo metodológico e ás pesquisas estéticas dos movimentos modernos
da arte. A Bauhaus teve uma orientação artística que criou um movimento
cultural importante e se estendeu por toda a Europa. Walter Gropius era um
grande "agitador" cultural, igual ao seu contemporâneo Le Corbusier, mas á
diferença deste, Gropius acreditava na importância da educação no cenário
moderno.
Os primeiros anos a Bauhaus funcionou em Weimar enquanto uma sede
própria, desenhada por Walter Gropius era construída em Dessau. Em 1925 a
Bauhaus de Dessau abriu suas portas com uma proposta curricular ampliada.
Gropius foi o diretor da escola até 1928, ano em que decidiu renunciar porque
queria se dedicar aos projetos particulares. Assumiu o arquiteto Hans
Meyer que dirigiu a escola até 1930 mudando muitos aspectos centrais com que
havia sido concebida a escola, como o valor que se dava á arte no currículo. Á raiz das diferenças Meyer deixa a escola e assume o arquiteto
Mies van der Rohe que a dirige até a sua clausura em 1933 em Berlim, onde
tinha se mudado a escola um ano antes por causa dos fortes movimentos
nazistas em Dessau.
A base de toda a estética bauhauseana se encontra no principio da
funcionalidade racional dos objetos e espaços habitáveis. "A forma segue
á função", isto é, a forma é resultado da funcionalidade do objeto ou do
espaço, não do capricho pessoal ou da tradição histórica. Para a mentalidade
racionalista da época o ornamento não tinha mais lugar na funcionalidade do
objeto, como o havia proposto Adolf Loos em 1908 no livro "Ornamento e
Crime" onde defende a "honestidade da forma". Despir as formas de ornamento
foi traduzido na palavra de ordem de arquitetos e designers da Bauhaus como:
"menos é mais". Desta
maneira se da ênfase à forma (Gestalt) e á formação da forma (Gestaltung)
derivando assim na abstração das formas geométricas simples e essenciais
e nas cores primárias.
A supremacia da
arquitetura sobre o design é também um dos pilares do pensamento da escola
da Bauhaus. Consideravam a cidade como sistema de comunicação
intersubjetiva.Tudo está em função do espaço habitável, assim também os
objetos, mas sobre tudo na idéia centrada na arquitetura como método de
construção do menor ao maior dos objetos, para viver civilizadamente teria
que haver uma racionalidade das grandes ás pequenas coisas. Aliar os
conceitos das vanguardas artísticas ao design de objetos não era uma
novidade mas na Bauhaus levou isto ao ponto de elaborá-las como obras
de arte que seriam reproduzidas porque acreditavam que os objetos são
elementos de educação estética da sociedade. Para ter uma vida civilizada as
pessoas deviam viver em ambientes altamente estéticos. Por isso deviam ser
estudados e desenhados todos os objetos, tudo podia ser objeto de analise e
projeto.
O programa da
Bauhaus sob a direção de Walter Gropius privilegiou a aliança dos conceitos
das vanguardas artísticas com o design de objetos, e em todas suas fases à
práxis produtiva. As aulas eram, á maneira das escolas de arte, ateliers
onde a aprendizagem se sustentava no equilíbrio entre a teoria e a prática.
O fato de ter entre seus professores artistas do tamanho de Wassily
Kandisnky e Paul Klee evidenciam a aliança que se procurou com a arte.
Quando a escola
passou á sua sede em Dessau o programa curricular foi ampliado dando maior
ênfase à arquitetura e á tipografia, produzindo publicidade e propaganda,
editando livros, produzindo objetos, móveis, cenários e têxteis.
Para conhecer
os professores e os cursos e os alunos das duas maiores fases da Bauhaus
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Fontes:
BURDEK, Bernhard E. Diseño: Historia, teoría y práctica del diseño industrial. Barcelona: Gustavo
Gili, 1994..
ARGAN, Giulio
Carlo. Historia da Arte Moderna, do Iluminismo aos Movimentos
Contemporâneos Companhia das Letras, São Paulo, 1992.